segunda-feira, 9 de abril de 2012

Falando calada.


Se a boca calada calasse a alma.
Se a boca calada calasse o peito, se o peito calado fizesse as batidas de um coração não gritar.
Se a boca calada não fizesse os suspiros de ar que transpassam e passam, indo e voltando incessantes, incansáveis e contínuos pelo meu corpo quase falarem.
Se a boca calada acalmasse o desejo, findasse os sonhos, estaguinasse a imaginação o tesão.
Se a boca calada calasse o anseio, o medo, mas boca calada sela apenas os lábios, jamais o espírito. Jamais a fé, nunca impede um turbilhão.
Calada pode se falar muito mais do que falando. Falando pode se falar menos do que calando.
As vozes estarão sempre em nós, nós seremos sempre vozes.
Calada falando ou falando calada, sempre ser e ter voz.