segunda-feira, 9 de abril de 2012

Falando calada.


Se a boca calada calasse a alma.
Se a boca calada calasse o peito, se o peito calado fizesse as batidas de um coração não gritar.
Se a boca calada não fizesse os suspiros de ar que transpassam e passam, indo e voltando incessantes, incansáveis e contínuos pelo meu corpo quase falarem.
Se a boca calada acalmasse o desejo, findasse os sonhos, estaguinasse a imaginação o tesão.
Se a boca calada calasse o anseio, o medo, mas boca calada sela apenas os lábios, jamais o espírito. Jamais a fé, nunca impede um turbilhão.
Calada pode se falar muito mais do que falando. Falando pode se falar menos do que calando.
As vozes estarão sempre em nós, nós seremos sempre vozes.
Calada falando ou falando calada, sempre ser e ter voz.

terça-feira, 1 de março de 2011

No olhar.


Na boca. No olhar. Mais que de repente tudo mudou. Eu não me encontro mais em casa, vivo fora, fora de mim. Meu quarto está vazio, meus perfumes mais usados, minhas gavetas bagunçadas, as calcinhas penduradas, os pares de minhas sandálias estão trocados e tenho usado os meus melhores vestidos.

As horas passam, horas vagas, horas que desejo passar devagar pra ver se vivo de menos, afim de viver mais.

Há poucos fatos a narrar, e eu mesmo não sei ainda o que estou denunciando... não sei o que venho sentindo, não há nada muito explicável, só sensações que expressam mais que as palavras que antes eu usava com bem mais exatidão. No meio de uma confusão, de uma ilusão, "prazerando num devaneio" concluo não caber mais no corpo minha alma apaixonada.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Por dentro.

Só sinto por dentro.

Muitas vezes.

Muitas vezes doendo, ensinando... tornando a imatura, dura; Duramente madura. Visão distorcida. Dura vida, mesmo bela, mesmo fera, mesmo injustamente justa. Mentiras e verdades. Senso comum, bom senso, e senso de situação.

Sonhos e realidade, paixão, desilusão, fé e amor. Amor movido, sentido, desejado... só amor, e também só por dentro. Só por dentro, muitas vezes doendo, ensinando... tornando a imatura, dura. Duramente madura.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Palavras.

Um desejo: pensamentos, desejos, anseios, surtos, loucuras, raiva, amor, e por que não amores? Rotina, dúvidas, certezas, livros lidos, músicas, sexo... tornem-se palavras, se escrevam em meu corpo, pelas minhas pernas, subam pelas coxas, circulem minhas nádegas, contornem minha barriga, apertem meus seios com todas as letras, rasguem minha boca, e que a cor dos meus olhos se confunda com as entre-linhas, e os meus ouvidos, antes que escuta, sejam pontos separando duas páginas. A língua antes que fala, se mostra exibida e libidinosa, marcada na carne de frases, grifadas... sentindo o gosto literal das sílabas.

Quero andar tatuada, da minha mente! Quero ser a escrita do que carrego. Quero ser um símbolo do que penso! Escrita, e mesmo assim ter o poder de ser uma incógnita!

Num corpo , diversas palavras estampadas, e uma mente que nunca se sacia.Um mistério, que por mais que se revele nunca se compreenda e nem se interprete, mas que seja um desejo intenso e impetuoso sentir... mas, que a mente estigada queira decifrar.

Ai,aliviada!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vinho e...


Pão, queijo e vinho.
Música, pão, queijo e vinho.
Poesia, música, pão, queijo e vinho.
Sexo, poesia, música, pão, queijo e vinho.
Amor, sexo, poesia, música, pão, queijo e vinho.

Vinho, queijo e pão.
Vinho, queijo, pão e música.
Vinho, queijo, pão, música e poesia.
Vinho, queijo, pão, música, poesia e sexo.
Vinho, queijo, pão, música, poesia, sexo e amor.

Vinho com ou com vinho?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Disso.

E lá se vai ela. Pensando que pensam isso, isso, que ela pensa.
Pensando sempre isso. Assim pensando, ela pensa que eles pensam isso.
Pensando isso... isso vai se pensando. Pensando nisso o isso vai se transformando, e ela vai esquecendo de viver o que ela não pensa, mas devia pensar!
Nisso e disso se vai vivendo ela, ou não vivendo ela.

Pensando isso, morre ela!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Pega ou não pega?


Se não quer o meu amor, não me pega!
Não me pega, se não quer o meu amor!
Pega ou não pega!

Faz tempo.

Muitos fazem os anos.
Eu te conheci faz tempo.
Do tempo que te vivenciar, eram papéis de carta e figurinhas em um diário para decorar.

Muitos fazem os anos. Muitos anos fazem. As cartas e os diários já não te retratam bem. Talvez as crônicas, talvez poemas, talvez frases ou textos céticos, ou as músicas tristes, tão cheias de drama.

Não sei mais, se te sinto!

Foram tantos desenganos... lúdicas devoções, sonhos.
Pranto! Pranto!
Quando te vejo em alguns sorrisos, chego ao ponto de ser irônica e penso: que ridículo!
Meu Deus! Não pode ser! Chego à dedução cinza, que não creio mais em ti.

Eu não posso! Eu não quero!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Perdoe

Que Deus me perdoe! Pois às vezes eu queria voar, ir embora, ver outros lugares, às vezes desejo ir, e nunca mais voltar.

Que Deus me perdoe! Às vezes eu quero gritar, gritar bem e alto e forte, chorar, quebrar algo e falar palavrões, queria bater no culpado, culpado de quê?

O culpado sou eu!

Deus me perdoe! Mas muitas vezes me sinto insatisfeita, é, eu sou uma ingrata. Pois vivo querendo mais, não fico quieta, sou consumista, escuto muita música, bebo vinho, fico alegrinha, falo besteirinhas, desejo Chico Buarque, Johnny Depp e outros mais que aqui não vale serem mencionados... os mais reais, não que os outros não o sejam, mas os não mencionados, são exatamente os que me calam, pra eu não pecar.

Poucas pessoas, se são boas é bom, mas não me saciam. Eu cobro das pessoas o que eu espero delas... Óh Deus me perdoe! Eu vivo achando que ser bom é dever de todos, eu vivo achando que a vida é bela, eu vivo achando que a vida é fugaz, eu não consigo ser quieta, eu vivo pensando que educação é obrigação, mas como? Se nem todos têm a noção do que isso possa significar? Mas e aquela parte que, mesmo com oportunidade, preferem a falta de gentileza? Se nós culpamos os outros para nos livrarmos das dores e da responsabilidade, onde todos esses meus pecados vão parar?!

Por isso Deus me perdoe! Me perdoe por tudo isso de imperfeito, e por essa ingratidão, pois mesmo sabendo que mais devo agradecer, mais vivo querendo é pedir, pedir sentimentos, sensações...
Além de tudo que te peço, e pedirei, te peço algo a mais: Me perdoe! Por querer sempre mais.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Excesso de nada.

E o mundo é isso mesmo. É difícil para quem tenta definir o que seguir, são muitas regras, e são muitos foras da lei, pois na verdade o que é a lei?

São muitos, são poucos, são poucos muitos, e muitos poucos.


Tem muita religião, tem pouco cristão, tem muita promessa política e muito ladrão, tem muita boa vontade e pouco trabalho e coragem. Tem muito coração e pouco amor, tem muita fé e pouca paixão, tem muita loucura e pouca razão, tem muito telespectador e pouca emissora com muito poder de persuasão. Poucos educados! Também! Tem pouca educação! Sendo assim tem, terá... muito favelado, poucos afortunados, muitos desacreditados, poucos confiantes, muitos angustiados, assustados, baleados, famintos, drogados, desapaixonados e sem amor.


Um pouco do contrário é pouco, mas é bom que mesmo pouco, se tenha muito, do pouco que muito deveria ser.